Narra-nos o Evangelho que Jesus, convidando seus discípulos a confiarem na Providência, deixou-nos estas palavras tão profundas quanto poéticas:

“Olhai os lírios do campo, não trabalham nem fiam. Entretanto, eu vos digo que o próprio Salomão no auge de sua glória não se vestiu como um deles.”

Emociona pensar no belo da cena; o Criador dos lírios olha com admiração para a singela criatura e se serve de sua beleza para incutir um pensamento ainda mais belo: Deus vestiu os lírios com maior pompa do que o próprio Rei Salomão, com que carinho não cuidará daqueles que confiam nEle?

O pensamento é sobremaneira belo. Entretanto uma pergunta nos vem ao espírito: como eram os lírios a que o Senhor se referia?

Uma só variedade de lírio era natural da Palestina o “Lilium Candidum”. Porém este não cresce nos campos senão em espessas e sombreadas florestas.

As palavras hebreias traduzidas para o “lírio” podem referir-se a qualquer planta com flores de vistosas cores. Muito provavelmente Jesus se referia às soberbas anêmonas vermelhas que revestem na Primavera toda a Palestina.

Assim se compreende melhor a comparação desta flor como o Rei Salomão: os reis se vestiam de vermelho para ressaltar sua majestosa dignidade.

Uma simples flor, símbolo da singeleza e da realeza; enaltecida pelo divino olhar admirativo de Jesus.

(De autoria do Diácono Francisco Magnos da Silva)

Ilustrações: Arautos do Evangelho, Wiki


Fonte: Arautos do Evangelho em Curitiba