No próximo dia 15 de outubro, a capital potiguar celebrará com seus fiéis a canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu.

O que esperar da canonização dos Protomártires do Brasil.jpeg

A cerimônia terá lugar em Roma, na Basílica de São Pedro, e festejará a memória dos padres Ambrósio Francisco Ferro e André Soveral, o leigo Mateus Moreira e mais 27 companheiros que foram martirizados por civis e soldados holandeses no século XVII.

A canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu é vista pela Igreja Católica como o coroamento de um longo processo histórico, religioso e cultural que teve início na década de 1970.

Essa canonização, aliás, está sendo considerada como o mais importante fato histórico e religioso das primeiras décadas do século XXI no Rio Grande do Norte.

Contudo, se faz necessária a seguinte pergunta: o que esperar da canonização dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu? Muitas são as respostas para este questionamento. E algumas delas, inclusive, partem da análise do filósofo Ivanaldo Santos, da Arquidiocese de Natal.

Entre as possibilidades de efetivação, no cotidiano, da canonização dos mártires potiguares, segundo Ivanaldo, estão o fortalecimento da fé, da dimensão missionária e do espírito de partilha, de comunhão cristã e a realização de pesquisas arqueológicas e documentais nas regiões dos sítios históricos de Cunhaú e Uruaçu.

O tombamento histórico das casas históricas, engenhos e outros espaços físicos que compõem os sítios históricos de Cunhaú e Uruaçu, que podem se transformar em um centro cultural religioso em honra aos Protomártires do Brasil, é outra das hipóteses que pode ser levada em conta.

Além disso, Ivanaldo ressalta que, após a canonização dos mártires, seria necessária a ampliação do processo de divulgação e de conscientização do valor histórico, cultural e religioso dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu.

Essa conscientização precisa acontecer, sobretudo, entre os jovens que estão inseridos nas escolas públicas e privadas, assim como nos centros de cultura.

Também há a possibilidade de produção de material de pesquisa e de apoio didático-pedagógico como livros, cartilhas etc., a fim de fundamentar a propagação da história dos mártires.

“Trata-se, em sua essência, de um ato de fé, um mistério que transcende a compreensão humana. No entanto, apesar do mistério da fé, é necessário criar condições materiais, uma estrutura sócio-histórica para poder acolher os peregrinos e, ao mesmo tempo, desenvolver um trabalho de educação histórica, de conscientização das populações jovens sobre o valor dos acontecimentos de Cunhaú e Uruaçu”, destaca o site da Arquidiocese de Natal. (LMI)


Fonte: Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/88932#ixzz4oSoRz8UK