A instantânea e radical mudança dos Apóstolos no dia de Pentecostes, há dois mil anos, deita caudais de luz nas obscuras perspectivas de um século que voltou as costas a Deus.
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-Se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio”. 22 E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos” (Jo 20, 19-23).
I – Uma efusão de fogo divino no nascedouro da Igreja
A Solenidade de Pentecostes, na qual celebramos a descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, é uma das festividades mais importantes do calendário litúrgico. Este acontecimento conferiu maturidade à Igreja, pois, até então ela repousava nas mãos da Santíssima Virgem, como criança. E assim como Maria estivera presente no Calvário, aos pés da Cruz, enquanto Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Cenáculo Ela estava como Mãe do Corpo Místico de Cristo. Mãe da Cabeça no Calvário, Mãe do Corpo no Cenáculo, Ela queria que esta Igreja recém-nascida crescesse e se desenvolvesse, a fim de tornar-se apta a exercer sua missão evangelizadora.
Naquele dia Nossa Senhora pôde ver como este amadurecimento se deu num instante, quando Se derramou o Espírito Santo em línguas de fogo, primeiro sobre Ela e, depois, d’Ela para todos os Apóstolos, discípulos e Santas Mulheres que ali se encontravam em grande número. A partir daí a Igreja passou a ter mais efusão de santidade, de dons e de graça, e foi instituída na prática, no que se refere à sua ação externa, potência e expansão. O Cenáculo é o começo do assombroso crescimento da Igreja, uma verdadeira explosão evangelizadora.
Assim comenta o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira este acontecimento: “Apesar de tudo quanto Nosso Senhor até então fizera pela Igreja, poder-se-ia de algum modo dizer – não quero fazer uma comparação exata – que a Igreja era, antes de Pentecostes, um boneco de barro, que recebeu de Deus um sopro de vida em Pentecostes, com o Divino Espírito Santo. Ali tudo mudou, tudo passou a viver e tudo passou a pegar fogo no mundo, a contagiar o mundo, até o apogeu dos dias de hoje, em que o Evangelho é pregado a todos os povos”.1
Mudança instantânea e completa
É evidente que, já antes, os Apóstolos estavam na graça de Deus, como testemunha o episódio ocorrido no lava-pés, durante a Santa Ceia, quando São Pedro manifestou resistência e o Divino Mestre o admoestou: “‘Se Eu não os lavar, não terás parte comigo’. Exclamou então Simão Pedro: ‘Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça’. Disse-lhe Jesus: ‘Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros’” (Jo 13, 8-10). Entretanto, a presença divina tem graus; condição altíssima é o estado de graça, porém, é melhor ter o Espírito Santo na alma de uma maneira tão atuante que ela seja cumulada de sabedoria e de discernimento.
Tal foi o transbordamento de sobrenatural que se verificou em Pentecostes, como podemos comprovar pela diferença dos Apóstolos depois da vinda do Espírito Santo: eles se tornaram outros; decerto, até a fisionomia se transformou, começaram a se exprimir numa linguagem mais elevada, os gestos devem ter mudado… Por quê? Porque algo se havia operado no fundo de suas almas e, uma vez que a alma é a forma do corpo,2 é indubitável que esta repercussão se tenha feito sentir. Também alcançaram ciência e compreensão, como no passado não possuíam, conforme Nosso Senhor lhes anunciara: “O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 26). Receberam, ainda, os dons de profecia, de fazer milagres e o das línguas, pelo qual falavam no seu idioma e todos os que os ouviam entendiam no próprio!
O impulso imprescindível para a expansão da Igreja
Vemos ali uma infusão de graças, totalmente sui generis, que deu início a uma nova etapa para a Igreja, pois, para os Apóstolos e discípulos exercerem a missão de pregar o Evangelho e administrar os Sacramentos, de modo que a face da terra fosse penetrada pela Boa- -nova, era indispensável serem confirmados na fé e pervadidos por uma plenitude, um ímpeto de amor. Eles foram inflamados, como bem o simbolizam as línguas de fogo! A língua é sinal de comunicação e interlocução, mas, neste caso, elas eram de fogo porque vinham aquecidas e cheias de luz, isto é, prenunciando que as palavras deles comoveriam. A tal ponto que, ao sair dali, São Pedro fez um eloquente sermão, em virtude do qual três mil pessoas se converteram e foram batizadas (cf. At 2, 41).
Eis uma rápida síntese de tudo quanto o Espírito Santo trouxe à Igreja nascente naquela ocasião insuperável. Contudo, ao celebrar este acontecimento, podemos cair no engano de considerá-lo um episódio longínquo, meramente histórico, sem qualquer relação conosco. Acaso Pentecostes não deita seu abundante fulgor também em nossos dias? Tendo já comentado em outras ocasiões a Liturgia desta Solenidade, abordaremos aqui o tema por um enfoque útil para a atualidade.
II – Pentecostes no século XXI
Como criaturas humanas que somos, habituados às coisas sensíveis, ou seja, ao que vemos, ouvimos ou apalpamos, vivemos muito mais voltados para a matéria do que propriamente para o espírito; por isso tendemos a crer apenas naquilo que é concreto, como o Apóstolo São Tomé que, ao receber a notícia da Ressurreição de Nosso Senhor, disse: “Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!” (Jo 20, 25). Assim somos nós: queremos comprovar para acreditar. Esquecemos, todavia, que uma vez demonstrado um fato, a razão conclui ante as evidências e torna-se desnecessária a crença; pelo contrário, a fé é justamente uma virtude que nos leva a aceitar aquilo que ultrapassa a nossa constatação, segundo lemos na Escritura: “A fé é […] uma certeza a respeito do que não se vê” (Hb 11, 1).
Deus é todo-poderoso
Custa-nos, neste sentido, compenetrarmo- -nos de um ponto, que é o da onipotência de Deus, embora sempre proclamemos no início do Credo: “Creio em Deus Pai todo-poderoso”. Até os Apóstolos se defrontavam com esta dificuldade, como se infere daquela passagem do Evangelho na qual, tendo o moço rico resolvido conservar seus bens e não seguir o Mestre, Ele disse: “É mais fácil passar o camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Lc 18, 25). Surpresos, os discípulos perguntaram: “‘Quem então poderá salvar- -se?’ Respondeu Jesus: ‘O que é impossível aos homens é possível a Deus’” (Lc 18, 26-27).
Devemos, portanto, colocarmo-nos diante desta perspectiva: Deus é todo-poderoso! Ele tirou do nada o universo, uma multidão de criaturas! Se, por exemplo, temos oportunidade de observar as formiguinhas que se preparam para o inverno, levando folhas e alimento para o formigueiro, tomamos isto com naturalidade e não refletimos que é o Criador quem as sustenta, bem como a todos os demais seres: pedregulhos, árvores, insetos… tudo! Nós mesmos existimos, estamos cheios de vitalidade e somos capazes de ler este texto, porque Deus mantém a cada um.
Com seu poder absoluto Ele formou um boneco de barro que artista nenhum conseguiria imitar; depois, soprou-lhe nas narinas e a figura adquiriu vida (cf. Gn 2, 7), gozando de inteligência, vontade e sensibilidade, num corpo perfeito. Mais ainda, além de ser dotado de uma alma espiritual, o homem possuía o estado de graça, com todos os dons sobrenaturais acrescidos dos preternaturais, como o dom de integridade, que o impedia de apetecer o mal, a não ser que “se rompesse previamente a harmonia resultante da sujeição de sua razão superior a Deus”;3 o dom de imortalidade, mediante o qual não morreria, mas passaria desta vida para a outra, no Céu, sem a dolorosa separação da alma e do corpo; o dom de ciência infusa que, na qualidade de rei da criação, lhe conferia o conhecimento de todas as coisas e das razões pelas quais Deus as fez. Quando os animais se enfileiraram diante de Adão para que lhes desse nome (cf. Gn 2, 19-20), ele os designou com o título correspondente àquilo que compreendia da essência de cada um: leão, tigre, avestruz, formiga… Todas estas maravilhas o primeiro homem as recebeu através de um sopro divino! Por quê? Porque Deus é todo-poderoso!
Um plano manchado pelo pecado
Não obstante, o plano concebido por Deus, ao dar a existência ao homem, foi desfeito pelo pecado. Em consequência, Adão perdeu o dom de integridade, a imortalidade, a ciência infusa e… sobretudo, a graça! A partir dele toda a sua posteridade nasceu com a mancha da culpa original e se foi multiplicando uma descendência, com algumas exceções, terrivelmente criminosa. Sobreveio o dilúvio, a Torre de Babel, e horrores sem conta acumularam-se ao longo de milênios de História, em que a decadência se fazia sentir a cada passo. Por fim, na plenitude dos tempos, a humanidade foi redimida pelo Sangue preciosíssimo de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas, apesar desta restauração, as gerações que se sucederam após a vinda do Messias, em sua maioria, voltaram as costas para os méritos infinitos da Paixão e afundaram novamente no vício; “o mundo não O reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não O receberam” (Jo 1, 10-11). A própria natureza humana vai se deteriorando: enquanto no Antigo Testamento as pessoas possuíam uma grande resistência física, que lhes permitia viver centenas de anos – como aconteceu a nossos pais, Adão e Eva, ou a Matusalém (cf. Gn 5, 5.27) –, no presente, a expectativa de vida do homem está entre setenta e setenta e cinco anos.
Além disso, a força de vontade e a constituição psíquica sofreram significativa degradação. Na sociedade antiga, muito mais orgânica que a de hoje, o equilíbrio nervoso e mental era mantido com mais firmeza; em nossos tempos, em meio à agitação da vida, diminuiu a estabilidade. Em síntese, a virtude vai desaparecendo da face da terra, o belo está se despedindo do gênero humano. Assim, encontramo-nos numa situação dramática, talvez pior do que quando o Verbo Se encarnou para pregar o Evangelho e morrer na Cruz.
A mística atualidade da Liturgia
Ora, que relação têm estas reflexões com a Solenidade de Pentecostes? A consideração das festas litúrgicas não deve ser focalizada como um mero exercício de memória, de maneira semelhante a alguém que, chegado o aniversário de falecimento de um parente ou amigo, toma uma fotografia deste e relembra quanto ele era bom, mas depois continua seus afazeres sem dar mais importância ao fato. Se é verdade que na Liturgia cabe, em parte, também a recordação, no entanto há uma atualidade mística que se verifica no momento da Santa Missa, trazendo uma participação real, autêntica e direta nas graças distribuídas naquele dia – hoje, em concreto, a efusão do Espírito Santo –, porque nos congrega em torno de Cristo vivo, e não constitui apenas uma reminiscência do período em que Ele estava na terra.
Tal é a doutrina da Igreja, conforme ensina o Papa Pio XI na Encíclica Quas primas: “Para instruir o povo nas coisas da Fé e atraí- -lo por meio delas aos íntimos gozos do espírito, muito maior eficácia têm as festas anuais dos sagrados mistérios que quaisquer ensinamentos, por autorizados que sejam, do Magistério Eclesiástico”.4 E o Papa Pio XII, na Encíclica Mediator Dei sobre a Sagrada Liturgia, afirma: “O Ano Litúrgico, que a piedade da Igreja alimenta e acompanha, não é uma fria e inerte representação de fatos que pertencem ao passado, ou uma simples e nua evocação da realidade de outros tempos. É, antes, o próprio Cristo, que vive sempre na sua Igreja e que prossegue o caminho de imensa misericórdia por Ele iniciado, piedosamente, nesta vida mortal, quando passou fazendo o bem (cf. At 10, 38) com o fim de colocar as almas humanas em contato com os seus mistérios e fazê-las viver por eles, mistérios que estão perenemente presentes e operantes, não de modo incerto e nebuloso, de que falam alguns escritores recentes, mas porque, como nos ensina a doutrina católica e segundo a sentença dos Doutores da Igreja, são exemplos ilustres de perfeição cristã e fonte de graça divina pelos méritos e intercessão do Redentor; e porque perduram em nós no seu efeito, sendo cada um deles, de modo consentâneo à própria índole, a causa da nossa salvação”.5
A Igreja pede para “agora” as graças concedidas no Cenáculo
Não nos é dado penetrar integralmente em todo o significado e substância do acontecimento de Pentecostes, visto estar ele cheio de mistério. Na verdade, o que se teria passado com a Esposa de Cristo se não descesse o Paráclito sobre os Apóstolos? Não nos esqueçamos de que – digamo-lo com todo o respeito –, durante a Paixão de Nosso Senhor eles foram covardes, O abandonaram, desapareceram, fugiram (cf. Mt 26, 56; Mc 14, 50). Após a Morte e Ressurreição de Jesus tornaram a reunir-se, desejosos de ver a implantação do reino de Israel sobre todos os povos (cf. At 1, 6), e não do Reino dos Céus que o Divino Mestre havia pregado! Esta é a natureza humana… incapaz, por si, de atos sobrenaturais. Quiçá a Providência tivesse permitido que fossem tão pusilânimes para mostrar qual a distância existente entre a nossa condição – da qual às vezes tanto nos orgulhamos – e a força do Espírito Santo. Com efeito, muitas vezes julgamos que os Santos eram pessoas de vontade extraordinária, graças à qual venceram os obstáculos até conquistarem a coroa da justiça. Ora, nenhum homem, por mais hábil que seja, alcança a perfeição por seu esforço pessoal; só praticará as virtudes de forma estável se assistido pelo Espírito Santo. É Ele quem santifica a Igreja inteira, como se deu naquela manhã, quando o vento invadiu toda a casa onde estavam e as línguas de fogo pousaram sobre a cabeça dos Doze e de seus companheiros, como narra a primeira leitura (At 2, 1-11) desta Solenidade: de medrosos que eram, tornaram-se heróis!
Ao rezarmos a Oração do Dia, deparamo-nos com um pedido que goza de prodigiosa eficácia, muito maior que todas as nossas preces privadas, já que é uma súplica oficial da Igreja e, portanto, tem audiência absoluta junto ao Altíssimo: “Ó Deus, que, pelo mistério da festa de hoje, santificais a vossa Igreja inteira, em todos os povos e nações, derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho”.6
Nós, católicos, temos o dom incomparável de pertencer ao Corpo Místico de Cristo e de também recebermos o Espírito Santo pelos Sacramentos do Batismo e, sobretudo, da Crisma, embora não com as espetacularidades ocorridas no Cenáculo. Mas a Igreja implora que “agora” sejam derramadas copiosamente nos corações dos fiéis, por toda a terra, as graças concedidas naquela ocasião aos Apóstolos e discípulos e, a fortiori, a Nossa Senhora.
Um dilúvio de fogo inundará a terra
Assim, a comemoração da vinda do Espírito Santo nos oferece a solução para todos os problemas do mundo contemporâneo. Muito a propósito escreve São Luís Maria Grignion de Montfort, em sua Oração Abrasada: “O Reino especial de Deus Pai durou até o dilúvio e terminou por um dilúvio de água; o Reino de Jesus Cristo terminou por um dilúvio de sangue, mas vosso Reino, Espírito do Pai e do Filho, continua até o presente e será terminado por um dilúvio de fogo, de amor e de justiça”.7 O fogo queima, aquece e ilumina; e, mais adiante, São Luís Grignion8 acrescenta que ele renova.
Não é possível que o plano original de Deus para a humanidade não venha a ser realizado por Ele de algum modo. O homem pecou e, como já dissemos, por causa de sua maldade a sua natureza foi se rebaixando. Mas fixemos de novo a atenção na onipotência divina, enquanto aos nossos ouvidos ressoam as palavras de Jesus aos Apóstolos: “O que é impossível aos homens é possível a Deus”. Se o Senhor permitiu tal decadência, teve como objetivo tornar patente, de um lado, o fracasso humano, e, de outro, a plenitude de seu poder. Como deixar clara a autenticidade destes dois polos? O primeiro é evidente, uma vez que ficou comprovado o quanto somos terrivelmente débeis. Porém, é chegada a hora de assistirmos a um advento do Espírito Santo; porque, se foi preciso que houvesse sua efusão na Igreja primitiva para fazê-la passar da infância para o estado adulto, em nossos dias é indispensável que Ele venha para conferir a esta mesma Igreja o esplendor que Nosso Senhor Jesus Cristo desejou ao fundá-la e dar à face da terra um novo brilho!
Pentecostes e nossos dias
É ainda São Luís Grignion de Montfort quem prognostica uma era histórica na qual as almas quererão praticar a virtude de uma maneira extraordinária. De onde virá esta força? “Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai”, é o que pedimos há dois mil anos e o que cantamos no Salmo Responsorial (cf. Sl 103, 30). Sim, tudo pode ser renovado, nós podemos ser completamente mudados como o foram os discípulos! Então participaremos, de forma singular, da descida do Espírito Santo sobre Maria Santíssima e os Apóstolos, que hoje celebramos. Devemos nos firmar na fé de que para Deus nada é impossível e Ele está reservando suas mais especiais graças para esta fase da História chamada por tantos Santos de últimos tempos.9
“Acontecerá particularmente no fim do mundo e, logo, porque o Altíssimo com sua Santa Mãe devem formar grandes Santos que ultrapassarão tanto em santidade a maioria dos outros Santos, quanto os cedros do Líbano suplantam os pequenos arbustos. […] Eles serão pequenos e pobres segundo o mundo […]; mas, pelo contrário, serão ricos em graça de Deus, que Maria lhes distribuirá abundantemente; grandes e eminentes em santidade diante de Deus, superiores a toda criatura por seu zelo animoso, e tão fortemente apoiados pelo socorro divino que, com a humildade de seu calcanhar e em união com Maria, esmagarão a cabeça do demônio e farão triunfar Jesus Cristo”.10
A humanidade tem uma necessidade vital dessa efusão do Divino Espírito Santo. E esta é a razão de nos reunirmos ardorosamente em torno do altar, para pedir à Mãe das mães, Àquela a cujo amor todos nós fomos entregues pelo Filho no alto da Cruz (cf. Jo 19, 26-27), que, enquanto Mãe do Corpo Místico, obtenha de seu Divino Esposo graças de maior fervor, de maior consolo, de maior piedade, de maior força para enfrentarmos todos os males, e que venha sem tardar o Paráclito e a face da terra seja renovada! (Revista Arautos do Evangelho, Junho/2017, n. 186, pp. 8 à 15)
1 CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Conferência. São Paulo, 6 jun. 1978. 2 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. I, q.76, a.1. 3 ROYO MARÍN, OP, Antonio. Dios y su obra. Madrid: BAC, 1963, p.466. 4 PIO XI. Quas primas, n.20. 5 PIO XII. Mediator Dei, n.150. 6 DOMINGO DE PENTECOSTES. Oração do Dia. In: MISSAL ROMANO. Trad. portuguesa da 2a. edição típica para o Brasil realizada e publicada pela CNBB com acréscimos aprovados pela Sé Apostólica. 9.ed. São Paulo: Paulus, 2004, p.318. 7 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Prière Embrasée, n.16. In: OEuvres Complètes. Paris: Du Seuil, 1966, p.681. 8 Cf. Idem, n.17, p.681-682. 9 Cf. SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Traité de la vraie dévotion à la Sainte Vierge, n.55-59. In: OEuvres Complètes, op. cit., p.520-522. 10 Idem, n.47; 54, p.512-513; 519.
Fonte: Arautos do Evangelho
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