A Doutora em História da Arte pela Universidade de Valência, Espanha, Ana Mafé, apresentou no final de fevereiro sua tese de doutorado ‘Contribuições a partir da História da Arte ao turismo cultural: o Santo Cálice de Valência como eixo do relato turístico que sustenta o Caminho do Santo Graal no século XXI’. A tese doutoral faz uma análise da protohistória do Santo Cálice venerado na Catedral de Valência e chega à conclusão de que a relíquia tem 99 por cento de probabilidade de corresponder ao cálice empregado por Jesus Cristo na Última Ceia.
Além do estudo arqueológico realizado pelo professor Antonio Beltrán na década de 1960, a Dra. Mafé somou as evidências de um estudo volumétrico. “Esse cálice tem uma capacidade de dois reviit e meio. É uma medida hebreia ad-hoc e não há nenhum outro cálice catalogado assim no mundo”, comentou a pesquisadora. A evidência do volume coincide com o do material do Santo Cálice. “Observamos que (o cálice) está feito sobre pedra catalogada na Antiguidade como sardius, representativa da tribo de Judá, a qual pertenceu Jesus de Nazaré”.
“Estando em Jerusalém consultando com especialistas na matéria, descobrimos contribuições que até a data não se conheciam”, explicou a Dra. Mafé. Um destes exemplos é a interpretação de uma mensagem encontrada na base do Santo Cálice, que não pode ser decifrada anteriormente: “Se alude a Jesus em seu nome hebreu, baseado no idioma hebreu e árabe aljamiado”.
Ao fazer uma avaliação das características que deveria cumprir o Santo Graal, os preceitos judeus da época de Cristo e a tradição sobre o tema, a pesquisadora chegou à conclusão de que o Santo Cálice de Valência tem 99% de possibilidade de ser a relíquia original. “Esta é somente uma regra matemática de probabilidade, minha metodologia é a iconográfica, a da História da Arte”, expôs. “Se tomamos o Evangelho, a fonte primitiva textual que fala desse cálice, e a casamos com os documentos objetivos que nos translada o estudo pétreo do Santo Cálice, coincide tudo: é hebreia, fala da regra do amor, fala da tribo de Judá, e casando estes elementos sai esta porcentagem”.
O Cônego zelador do Santo Cálice e Doutor em Ciências Bíblicas, Padre Juan Miguel Díaz Rodelas, comentou sobre a importância da pesquisa de Mafé: “Espero que este trabalho contribua para que o Caminho do Santo Cálice que está sendo forjado se encha de vida pelos povos que o marcam e que tudo isso contribua para afiançar a Fé”. (EPC)
Fonte: Conteúdo publicado em gaudiumpress.org
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