Claro que sim. Se assim não fosse, os analfabetos não poderiam ter nenhuma esperança de salvar-se e na época anterior à invenção da imprensa, mesmo os alfabetizados teriam grande dificuldade, pois os exemplares feitos pelos copistas não eram de fácil acesso.
Por outro lado — baseados nos Evangelhos, na Bíblia, portanto — vemos que Nosso Senhor não disse: “Ide, escrevei tudo que Eu vos disser para que todos possam ler”. Disse: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”.
As únicas palavras escritas por Jesus, Ele mesmo as apagou no episódio do perdão à mulher adultera.
Por outro lado, os Evangelhos foram escritos muito depois da Ascensão de Jesus, quando a Igreja já estava solidamente implantada até em regiões distantes da Terra Santa. Os estudiosos do assunto afirmam que o primeiro Evangelho — o de São Mateus — foi escrito por volta do ano 55, e o último — de São João —foi escrito nos anos 90, mais provavelmente em 94, portanto 61 anos após a Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus.
A mensagem de Jesus primeiramente gerou uma forma de vida moldada pelos seus ensinamentos, transmitidos oralmente.
Um exemplo de transmissão oral: em nenhum lugar da Bíblia está dito que os dois primeiros Evangelhos foram escritos por São Mateus e São Marcos. Foi a tradição oral, de boca a ouvido, que determinou os autores.
Inúmeros fatos narrados nos Evangelhos só tiveram por testemunha Nossa Senhora: a Anunciação do Anjo, a visita a Santa Isabel e o canto do Magnificat, a Apresentação do Menino Jesus, a fuga para o Egito, a discussão do Menino Jesus com os mestres da Lei no Templo, etc. É fácil deduzir que foi Ela quem transmitiu oralmente tais fatos aos Evangelistas.
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