Impressionam-nos, na leitura de várias passagens do Antigo Testamento, algumas manifes-tações da severidade de Deus, motivadas pela rudeza de alma dos homens daquela época, na qual vigorava a estrita justiça.
No Novo Testamento, ao contrário, logo ressalta a nossos olhos a prevalência da misericórdia, da caridade e da bondade sem limites, trazidas ao mundo por Nosso Senhor Jesus Cristo. Encarnando-Se no seio puríssimo da Virgem Maria e operando nossa Redenção, tornou-nos deuses. Pela graça, deixamos de ser servos para ser amigos e, mais do que isso, verdadeiros filhos que, enquanto tais, participam da natureza divina!
Ora, ante essa inefável manifestação de amor, a retribuição dos homens qual foi? Infelizmente, não a que merecia tal amor de Deus por nós. Quantas infidelidades, ingratidões e indiferenças ao longo da História, quando não ódio explícito!
Recorreu, então, a Divina Providência à justiça e ao castigo, como se deveria esperar? Não.
A cada ingratidão dos homens, Deus como que Se requintou em bondade, outorgando novas graças para a sua Igreja. São ordens religiosas que nascem e mudam os rumos dos acontecimentos; novas vias de piedade que nos aproximam do Céu, como o Rosário e a Adoração Eucarística; ou Santos que iluminam a Teologia, revelando novos aspectos das perfeições divinas.
A promessa de Nossa Senhora em Fátima “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!” faz-nos esperar — e para breve — que, à situação caótica dos dias atuais, suceda o tão esperado Reino de Maria.
A própria gravidade do estado de coisas em que vivemos nos dá essa esperança.
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