Deus em sua infinita bondade nos inspira sempre tudo que d’Ele nos aproxime. De nossa parte, desde que sejam coisas de acordo com a vontade divina, para a sua glória, nosso bem e do próximo, podemos desejar grandes coisas, confiantes no amor d’Ele por nós e na sua onipotência.
O título deste post — Sonhe que Deus realiza — supõe que nossos sonhos preencham essas condições. Qualquer sonho contrário aos desígnios divinos, Deus não pode atender, pois sua infinita santidade o impede de fazer o mal.
A não ser isso, podemos — e devemos — ter grandes desejos. A confiança de que sempre estamos sendo conduzidos por Deus para o cumprimento da missão d’Ele recebida, deve nos dar ânimo para enfrentar os obstáculos e aparências enganosas, por mais que pareçam afirmar o contrário.
Esta sublime verdade da Fé católica reflete-se de forma muito interessante na história abaixo.
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TRÊS GRANDES ASPIRAÇÕES
Na colina de um bosque se achavam três arbustos, crescendo em direção ao sol e conversando sobre seus sonhos e aspirações. O primeiro arbusto olhou para as estrelas e disse: “Eu sonho em ser um cofre para guardar tesouros: ouro, prata pedras preciosas.”
O segundo almejava ser uma poderosa embarcação, transportar reis e grandes personalidades através dos mares.
“Pois eu — disse o terceiro — desejo crescer e crescer, ser a mais alta de todas as árvores do bosque, de modo que todos quantos me vejam no alto desta colina pensem em Deus. Quero ser a maior árvore de todos os tempos e estar sempre na memória dos homens”.
TRÊS AMARGAS DECEPÇÕES
Ao longo de muitos anos, choveu, o sol brilhou e as três árvores cresceram. Um dia, três lenhadores subiram ao cume da colina e cortaram duas delas. A terceira — a que queria ser a maior de todas as árvores — entristeceu-se quando o último lenhador dela se aproximou, pois sabia que, se ele a cortasse, seu sonho nunca se tornaria realidade.
A primeira árvore foi convertida em uma manjedoura e posta num estábulo onde o gado ia comer. Era o contrário do que havia sonhado!
A segunda foi transformada em uma insignificante embarcação, tão pequena que não podia navegar em alto mar. Triste fim de um sonho grandioso!
A terceira foi serrada em pesadas pranchas e guardada num depósito.
TRÊS REALIZAÇÕES ESPLENDOROSAS
Passaram-se os anos. Um dia abrigaram-se no estábulo um homem e uma mulher de sublime aspecto. Ela deu à luz um menino resplendente de formosura e o colocou na manjedoura feita da primeira árvore. Esta, então, rejubilou-se ao saber que estava contendo nada mais nada menos do que Jesus, o maior tesouro da História.
Anos depois, alguns pescadores navegavam na barca construída com a segunda árvore. De repente, desatou-se uma forte tempestade, pondo em perigo a vida dos navegantes. Mas Um deles levantou-se e disse: “Acalma-te”, e a tormenta cessou imediatamente!
Nesse momento a segunda árvore estremeceu de alegria, ao perceber que transportava o Rei dos Reis.
Algum tempo depois, numa triste sexta-feira, um homem de semblante divino tomou as pranchas da terceira árvore, carregou-as pelas ruas, enquanto pessoas perversas o insultavam, espancavam e lhe cuspiam.
Deteve-se no alto de uma pequena colina, onde foi cravado nas pranchas e nelas morreu. A árvore se deu conta de que, erguida no cimo da colina, esteve tão próxima de Deus como nunca, porque Jesus nela havia sido crucificado.
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Assim também conosco: mesmo quando tudo pareça contrariar as melhores esperanças, não nos esqueçamos de que Deus tem um plano para cada um de nós, e que, muitas vezes superam nossos sonhos. Ponhamos n’Ele nossa confiança. Recordemos de que cada árvore viu superiormente realizada sua boa aspiração, embora de modo bem diferente do que imaginara.
Adaptado do artigo “Confiança!”, do Pe. Luiz Francisco Beccari, EP, publicado pela Revista Arautos do Evangelho, nº 20, agosto de 2003, pp. 44-45
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