Em várias aparições ao longo de dois anos, a partir de 1673, o Divino Salvador revelou a Santa Margarida Maria Alacoque a devoção ao seu Sagrado Coração. E o que anunciou Ele nessa oportunidade? Punições, ameaças? Quão merecidas seriam!
Entretanto, o Criador do universo veio em Paray-le-Monial suplicar dos homens apenas um pouco de amor. “Se eles Me retribuíssem alguma coisa que fosse, numa reciprocidade de amor, Eu consideraria pouco tudo o que fiz por eles, e quereria fazer ainda muito mais” — afirmou Jesus à santa vidente.
Na oitava da festa de Corpus Christi de 1675, acrescentou: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até Se esgotar e Se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia”.
Como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, nutria Jesus pela humanidade um amor ao mesmo tempo divino e humano, espiritual e sensível. Como Homem, tinha os sentimentos próprios à nossa natureza: entristeceu-Se ao contemplar Jerusalém, teve compaixão da multidão que O seguia, encheu-Se de cólera ao ver o Templo profanado pelos cambistas e padeceu atrozmente na Paixão.
O divino Redentor, afirma Pio XII, “foi crucificado mais pela força do amor do que pela violência dos algozes, e o seu holocausto voluntário é dom supremo feito a cada um dos homens, segundo a incisiva expressão do Apóstolo: ‘Amou-me e entregou-Se por mim’ (Gal 2, 20)” (Pio XII, Haurietis aquas, n.38).
Somente Deus poderia agir dessa maneira desconcertante, contrária a todos os padrões de comportamento humano.
E eu, o que faço por Ele?
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