Em 13 de junho as igrejas de todas as nações, do ocidente pelo menos, se encherão de fiéis para comemorar sua festa e por toda parte as imagens do grande Santo serão expostas para objeto de veneração dos fiéis

Por alguns ele é chamado de Santo Antônio de Lisboa, cidade onde nasceu. Outros preferem chamá-lo de Santo Antônio de Pádua, lembrando a cidade onde exerceu suas funções e nas cercanias da qual morreu. Cada um desejando a glória de que o Santo tenha sido de sua cidade.

Santo Antônio viveu no século XIII e, para a glória da Ordem Franciscana e de toda a Igreja, é um dos santos mais populares do mundo.

Entretanto, apesar de muito popular, há certos aspectos da vida deste santo que são pouco conhecidos. Seguem  abaixo alguns relatos históricos, que ressaltam ainda mais a beleza, o vigor e a amplitude de sua atuação, já tão bela, rica e repleta de exemplos.

Eloquente pregador

Santo Antônio pregou em Portugal, na África, na Itália e na França. Seu zelo levava-o a interessar-se por qualquer um que estivesse sem conhecimento da verdade católica.

De tal maneira cativava as multidões com sua eloquência, que seus ouvintes, vindos de todas as partes, esqueciam-se do tempo e de suas ocupações e, tocados profundamente, punham-se com decisão a odiar os seus pecados.

Milagres

São incontáveis os “sinais e prodígios” que Deus manifestou através de Santo Antônio.

Santo Antônio de Pádua – detalhe Giotto – Legend of St Francis: Apparition at Arles – 1297-1300

Em 1224, o santo religioso foi enviado a pregar no sul da França, onde se alastrava a heresia cátara ou albigense. Durante três anos percorreu as cidades de Montpellier, Toulouse, Le Puy e Limoges, levando-lhes a luz da verdadeira Fé. De muitos dos seus ouvintes recebeu manifestações de sincero arrependimento; de outros, desprezo e zombaria, apesar de serem acompanhadas suas pregações por numerosos milagres.

Em Toulouse, por exemplo, um cátaro* que persistia em negar a presença real de Cristo na Eucaristia propôs-lhe um desafio: durante três dias deixaria uma mula sem qualquer alimento, e a levaria depois para a praça pública, onde Frei Antônio lhe apresentaria a custódia com o Santíssimo Sacramento, enquanto o herege lhe ofereceria um monte de feno. Assim se fez e o animal, ainda que faminto, não provou o alimento sem antes fazer uma profunda reverência a Jesus Eucarístico. Muitos se converteram à vista de tamanho milagre.

Martelo do hereges

Santo Antônio foi chamado de “Martelo dos Hereges”, isso porque em seus sermões os adversários da Igreja encontravam nele um inimigo formidável. A mais antiga de suas biografias conta que “dia e noite (Frei Antônio) tinha discussões com os hereges; expunha-lhes com grande clareza o dogma católico; refutava vitoriosamente os preceitos deles, revelando em tudo ciência admirável e força suave de persuasão que penetrava a alma dos seus contrários”. Talvez por isso sua língua esteja miraculosamente conservada em Pádua, há quase 800 anos.

Combativo e militar

Santo Antônio com as insígnias de Capitão de Infantaria

Em 1710, Santo Antônio, cuja imagem esteve colocada na muralha de um convento, defendeu o Rio de Janeiro contra os franceses, o que lhe valeu a patente de Capitão de Infantaria.

Esta imagem é histórica , visto que acompanhou o Exército brasileiro na vitória sobre os franceses quando eles invadiram a Baia da Guanabara, e em gratidão, o Santo  foi feito membro do Exército brasileiro e passou a receber soldo como um herói de guerra. Esse soldo foi pago a Santo Antônio até 1911.

Ademais, nos seguintes Estados do Brasil S. Antônio tem patente de oficial do Exército: Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Recebia antigamente também o soldo correspondente. Era uma esmola que entregavam geralmente aos Conventos Franciscanos para o culto do Santo, em agradecimento pela proteção a que dispensava à suas armas.

Em outra ocasião, fora do Brasil, foi objeto de um ato de devoção especial da parte de um almirante espanhol. Uma esquadra espanhola sitiava a cidade de Orán, na África e não havia meio de conseguir resultado eficaz.

Então, o almirante espanhol dirigiu-se a uma imagem de Santo Antônio, colocou o chapéu de almirante sobre a imagem, deu-lhe as insígnias de comando e pediu-lhe que investisse [contra] Orán. Os mouros** fugiram inesperadamente e interrogados, disseram que tinha estado entre eles um frade vestido com o chapéu do almirante e que tinha ameaçado Orán com o fogo de céu, e que por causa disso eles tinham achado mais prudente ir embora.

Fontes:  “Santo Antônio – vida, milagres, culto”, pgs. 144-146, Frei Basílio Röwer, “Santo Antonio: Arca do Testamento e Martelo do Hereges”, Plinio Correa de Oliveira.

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*Cátaros (puros, em grego) ou albigenses: designa movimento herético na Europa do século XII. Seus seguidores repudiavam o matrimônio, a autoridade eclesiástica, os Sacramentos; a veneração das imagens etc. Acreditavam na reencarnação. Foram condenados repetidas vezes, e finalmente reprimidos através de expedições militares.

**Mouros, mauritanos, mauros ou sarracenos são considerados, originalmente, os povos oriundos do Norte de África, praticantes do Islam, nomeadamente Marrocos, Argélia, Mauritânia e Saara Ocidental.


Fontes: Apostolado do Oratório
TV Arautos