Desde tempos imemoriais a Igreja dedica  o mês de maio Àquela que foi eleita para ser a Mãe do Senhor

Ir. Alcídio Miranda, EP

O leitor já se terá perguntado porque o mês de maio é dedicado a Maria, uma vez que em outros meses há festas litúrgicas até mais importantes em honra da Mãe de Deus, como a Imaculada Conceição, em dezembro, ou a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, em janeiro?

Vários autores têm tratado sobre o assunto e inúmeras hipóteses e explicações têm sido levantadas.

As que nos pareceram mais interessantes foram as referidas pelo bem-aventurado Cardeal John Henry Newman em sua obra póstuma “Meditações e Devoções”.

Diz o Cardeal inglês: “A primeira razão é porque é o tempo em que a terra faz surgir a terna folhagem e os verdes pastos, depois do frio e da neve do inverno, da cruel atmosfera, do vento selvagem e das chuvas da primavera”.

Lembremo-nos de que o autor escreve em um país do hemisfério norte, onde o mês de maio, “mês das flores”, corresponde ao auge da primavera.

Continua o purpurado. Em maio “os dias se tornam longos, o sol nasce cedo e se põe tarde” concluindo que “semelhante alegria e júbilo externo da natureza são os melhores acompanhantes da nossa devoção Àquela que é a Rosa Mística e a Cidade de Deus”.

Há autores que afirmam que essa tradição remonta a tempos muito antigos e já na Idade Média dedicava-se esse mês à Virgem Santíssima.

É muito significativo que a Santa Mãe de Deus tenha escolhido precisamente esse mês para aparecer aos três pastorinhos em Fátima, Portugal.

Neste ano, entretanto, este mês tradicionalmente dedicado a Maria toma uma dimensão toda especial, pois estamos comemorando o centenário dessas famosas aparições. São cem anos de um maternal aviso de Nossa Senhora ao mundo e de um convite à conversão.

Com efeito, tendo aparecido aos três pastorinhos, Nossa Senhora não falou apenas para Portugal, mas para o mundo inteiro, exortando todos os homens à oração, à penitência e à emenda de vida. De modo especial, falou Ela ao Papa e à Hierarquia da Igreja, pedindo-lhes a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração.

A crise moral em que se encontrava a humanidade na época das aparições, isto é, em 1917, levou Nossa Senhora a afirmar que já naquele tempo a situação era altamente calamitosa e apontava para os dramas e castigos que recairiam sobre a humanidade se os homens não se convertessem.

Com insistência materna dirigia à humanidade um apelo, hoje mais atual do que nunca: “Rezem o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra.”

Como amorosos filhos atendamos, pois, aos pedidos de nossa Santa Mãe, sigamos seus maternais conselhos e, por mais incertos e sombrios que sejam os dias que se aproximam, tenhamos a esperança no triunfo do Imaculado Coração de Maria e peçamos com toda confiança:

Ó Maria mostrai a força do vosso manto protetor aos vossos filhos e filhas que sob o signo da Santa Cruz vos pertencem”.


Fonte: Apostolado do Oratório