Conheço inúmeras pessoas que leram o LIVRO DA CONFIANÇA (*) e constatei: não há uma que não o considere como um dos livros marcantes em suas vidas.

Há, entre muitos outros, o caso de um jovem de dezesseis anos que recebeu o livro de presente e, ao ler o parágrafo inicial não parou mais até concluir a leitura. Conheço de perto este jovem — agora já homem maduro — e posso afirmar ter sido essa leitura decisiva na sua vida. Aliás, ele mesmo o afirma.

Eis o parágrafo inicial lido pelo jovem, mas…, caro leitor, não leia às pressas. Como diz o próprio autor do livro: “Tenta lê-lo devagar, com atenção, em espírito de oração. Quase diria: medita-o!”.

“Voz de Cristo, voz misteriosa da graça que ressoais no silêncio dos corações, vós murmurais no fundo das nossas consciências palavras de doçura e de paz. às nossas misérias presentes repetis o conselho que o Mestre dava, frequentemente, durante a sua vida mortal: ‘Confiança, confiança!’”.

O autor passa a relembrar algumas passagens do Evangelho em que Jesus nos convida à confiança. Começa pelo fato comovente do paralítico colocado em sua presença através de abertura no teto: “Confiança, filho, teus pecados estão perdoados” (Mt 9, 2). À mulher cheia de fé, que só d’Ele esperava a cura e tocara a fímbria do seu manto disse: “Confiança, tua fé te salvou” (Mt 9, 22).

“Quando os Apóstolos tremiam de pavor vendo-O caminhar, de noite, sobre as águas do lago de Genesaré, Ele os tranquilizava com esta expressão pacificadora: “Tende confiança! Sou Eu, nada temais!” (Mc 6, 50). Na noite da Ceia, conhecendo os frutos infinitos do seu sacrifício, lançava Ele, ao partir para a morte, o brado de triunfo: “Confiança! Confiança! Eu venci o mundo!…” (Jo 16, 33).

O Padre Thomas, conclui este trecho de modo inspirado:

“Esta palavra divina, ao cair de seus lábios adoráveis, vibrante de ternura e de piedade, operava nas almas uma transformação maravilhosa. Um orvalho sobrenatural lhes fecundava a aridez, clarões de esperança lhes dissipavam as trevas, uma calma serenidade delas afugentava a angústia.

Pois as palavras do Senhor são “espírito e vida”, “bem aventurados os que a ouvem e põem em prática” (Jo 6, 64 e Lc 11, 28).

Como outrora aos seus discípulos, é a nós, agora, que Nosso Senhor convida à confiança. Por que recusaríamos atender à sua voz?…”

⁽*⁾ PE. THOMAS DE SAINT LAURENT, O Livro da Confiança, Capítulo I. Há várias edições publicadas no Brasil e é encontrável em livrarias católicas.
Ilustrações: Arautos do Evangelho.

Fonte: Arautos do Evangelho em Vitória